sexta-feira, 12 de março de 2010

Lady Gaga - Telephone ft. Beyoncé




Achei o video perfeito!!!! A Gaga tá super diva!!!!!

Bom, essa é a versão original. Acredito que o video será editado e compactado, assim como aconteceu com Paparazzi, e como acontece com muitos videos de muitos artistas. Mas enfim, o pv estreiou hoje, por volta das 2h da manhã. Eu estava falando com uma amiga minha no msn que me avisou sobre o vídeo.

Eu amei!! Acho q o resto dos fãs também!

S2


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quinta-feira, 11 de março de 2010

Shadow Lullabie's



Akayame Linh é uma garota extrovertida e dedicada, e também fã eufórica de D'espairsRay! Seu grande sonho se realiza quando é chamada para ser a assistente direta dessa banda! A partir daí, ela passa a conhecer e a conviver com os seus ídolos mais de perto, e uma grande e bonita amizade se desenvolve entre eles.

Mas até onde poderiam ir juntos?
E eles estariam imunes, caso se apaixonassem?

Juntos, eles vão aprender muitas coisas, e vão descobrir os verdadeiros valores a serem cultivados.
..................................................

Uma história que dosa comédia, drama, romance e mistério em uma boa medida. Sendo também um tanto realista, mas nada exagerado.
Também possui base em alguns fatos reais, a respeito da cronologia da carreira da banda, assim como o sucesso cada vez mais expresso da mesma.

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Shadow Lullabie's - Chapter 12

__________________________________


Assim o jogo foi tendo continuidade por aquela noite. Foi bem engraçado ver o modo como cada músico gritava antes de recolher a carta. Sorte que o apartamento era composto com materiais a prova de acústica, para facilitar possíveis ensaios da banda. Assim os gritos ao menos não perturbariam os vizinhos.

Mesmo quando a garrafa de tequila acabou, Zero apareceu com uma de saquê, e também tinham várias cervejas na geladeira. Linh protestou, afinal já estavam todos bêbados, mas foi em vão. No fim de tudo, os mais sóbrios entre os cinco foram ela e Hizumi. Tsukasa e Zero brincavam de se bater, esmurrar, chutar, rir... Karyu fumava na varanda enquanto cantava super mal, Hizumi procurava algo na geladeira para comer, e a assistente foi socorrer Tsukasa que parecia começar a passar mal.

- Droga!! Vamos levá-lo pro banheiro. Tsukasa-san, não desmaie okey? – ela dizia sendo ajudada pelo baixista a conduzi-lo até o banheiro do primeiro andar.

- Zero-san... É para ELE se apoiar em você, e não VOCÊ se apoiar nele! Céus!!! Como que eu pude deixar que bebessem tanto!!!? Tá um pior que o outro.

Entraram no banheiro onde, ajudado por Linh, Tsukasa conseguiu vomitar. A garota segurava o seu cabelo para que este não sujasse acidentalmente, e Zero acendia um cigarro no corredor. Tudo corrido, agitado, e trabalhoso. Apenas naquele momento Linh se deu conta de que estava sozinha em um apartamento, cuidando de quatro músicos alcoolizados.

Com alguma dificuldade, conseguiram sentar Tsukasa no sofá. Hizumi apareceu com uma garrafa de água que o baterista bebeu até a metade rapidamente.

- Vamos levá-lo pra cima, antes que ele comece a encher o saco... – disse o vocalista com um olhar assonado, enquanto comia um lámen instantâneo.

- Chato é você, Hizumeeeee!! Nunca fica muito bêbado, é viciado em computadores, em jogos... Seu puto anti-sociaaaaaaal!! – Tsukasa dizia com aquele sotaque embriagado.

- Falei... Cala a boca, seu gay!!! Vê se vai dormir numa boa dessa vez, tá? Colabora!

- Hhauahuahauahuah!!! Vocês estão ouvindo isso? Hizumeeeeeeee...

- Hã?

- Meeeeeee? xD

- Vai se fuder!

- Fala pra prostituta loira que ela não sabe cantar... Ela vai ficar iludida... Vai láaaa... – Tsukasa apontava pra Karyu, que ainda cantarolava na varanda.

- Caralho viu... Anda! Vamos subir! Zero!! Você consegue ir sozinho né? – perguntou Hizumi recebendo um "sim" acenado com a cabeça pelo baixista, que tampouco parecia bem – Linh-san, você me ajuda com ele?

- Sim... Vamos!

Nenhum movimento foi fácil, afinal parece que quando bêbadas as pessoas dobram de peso. Mas depois de muito esforço, Linh e Hizumi colocaram Tsukasa deitado em sua cama.

- Aiai... Até que enfim!! Acho que amanhã ele vai acordar com uma baita ressaca, né? – dizia Linh um pouco ofegante.

- Huahauahuah!! Com certeza... – concordou Hizumi.

- Fique ai com ele, ou se quiser vá dormir também. Você deve estar cansado. Eu vou buscar a loira que ficou lá embaixo... u.ú

- Okey, vai lá!

A assistente já se retirava do quarto quando foi interrompida pelo vocalista.

- Linh-san!!

A garota parou antes de colocar um dos pés no corredor, e virou-se na direção oposta para encará-lo.

- Obrigada por tudo e... Nos desculpe também. – ele disse com uma voz terna.

Antes de responder, a assistente ficou em silêncio por dois segundos, e no terceiro sorriu.

- Não se preocupe... Eu estou aqui pra isso. Para ajudá-los no que for preciso. – disse, recebendo também o sorriso do músico como resposta.

Desceu as escadas com calma enquanto fitava o guitarrista distraído na varanda da sala. Já não mais cantarolava, apenas observava quieto à paisagem, sob o céu ainda noturno das quatro da manhã. Também havia sobre a muretinha da varanda uma lata de cerveja e um cinzeiro sobre o qual o músico despejava as cinzas de seu cigarro ainda aceso entre os dedos. Ele estava bêbado, mas parecia bem apesar disso.

Linh se aproximou lentamente, até se colocar ao seu lado em silêncio, também começando a admirar aquela bela paisagem da cidade vista do alto. Ambos permaneceram em um minucioso silêncio. Após outra tragada em seu cigarro, Karyu começou a dizer:

- Você já parou pra pensar... Em coisas como o destino?

- "Yume*"? [*destino]

- Sim... Saber que nada é por acaso. Por exemplo, naquele dia, se Zero tivesse se lembrado o caminho, não teríamos encontrado Giyo-san. Porque simplesmente ele não estava em casa... Já parou pra pensar em como veio parar aqui? – ele perguntou ao encará-la com curiosidade.

- Bom... Eu deixei o meu emprego em uma lanchonete no mesmo dia em que a senhorita Swans estava almoçando lá. Então ela me procurou, ficamos conversando, e foi graças a isso que hoje estou aqui.

- É engraçado não é? Se não fosse por isso, e por aquilo, e por outras coisas, tudo o que vivemos não teria acontecido. Ou então, se um simples fato fosse diferente, todas as coisas atualmente seriam diferentes também.

- Realmente... É por isso que dizem que nada é por acaso.

- Estarmos agora falando sobre isso também não é por acaso? – Karyu perguntou com um olhar ansioso por uma resposta. A assistente o encarou por alguns segundos antes de responder.

- Bem... Creio que não...

O silêncio pairou novamente no ar, permitindo apenas a intensa troca de olhares entre eles, conforme uma suave brisa noturna soprava em ambas as faces. Algumas vezes, Linh sentia a necessidade de respirar um pouco mais a fundo, e estranhamente, seus pés deram lentos passos para trás ao notarem o aproximar sutil do guitarrista. Este último parou, também estranhando a reação da garota.

- Ainda sente medo de mim? – perguntou temendo a resposta.

- N... Não! Eu... Eu já perdi o medo, pode acreditar.

Mesmo ela tendo dito que não sentia medo algum, Karyu pareceu inseguro quanto a acreditar naquilo. Suspirou pesadamente e desviou o olhar, também se afastando. Após tragar o cigarro mais uma vez, disse sem encará-la:

- Está muito tarde, vá dormir. Eu irei depois, não se preocupe.

A garota sentiu uma leve pontada no peito ao ouvir aquela simples frase. Não porque ele lhe pedira que fosse dormir, mas sim porque, de repente, o sentiu distante e, de certa forma, condolente.

Agora quem tinha medo era ele. Karyu tinha medo de que ela voltasse a temê-lo. Tinha medo de se aproximar e fazer o pavor ressurgir. A assistente já havia notando nos três últimos dias que quem evitava se aproximar não era ela, e sim ele. E aquilo a deixava inexplicavelmente triste.

Não se moveu de seu lugar, apenas ficou a observá-lo por algum instante. Observar o seu olhar distante, a forma como apagava o cigarro no cinzeiro, e de como mantinha aquele silêncio ininterrupto, fingindo não se dar conta de que ela o observava, ou fingindo não se importar com sua presença.

Mas Linh sabia muito bem o que tanto preocupava Karyu, o que visto por ela era uma preocupação muito precipitada. Não havia mais medo, ela não mentiu quando disse isso. Não o temia, não tinha medo de se aproximar, não havia impedimentos para que agora pudessem conviver como pessoas comuns. Mas era notório que o guitarrista não pensava dessa forma. Assim como era fácil perceber que isso o entristecia.

Linh sorriu conforme pensava em tais coisas, e enquanto continuava a fitá-lo sem se afastar ou interromper o silêncio.

E tal silêncio de fato não foi interrompido, porém por impulso, a assistente se aproximou do músico, e segurou em seus braços até posicioná-lo frente a ela. Karyu apenas estranhava com o olhar, enquanto a garota continuava a sorrir.

Limitou-se em alguns segundos de silêncio enquanto o encarava. Até enfim ter o ímpeto de fazer o que antes não fora possível. Lentamente, Linh ergueu os braços até os ombros um pouco elevados do músico, mas ao menos estar de salto alto lhe permitiu não ter tanta dificuldade para fazer aquilo. Enfim, e sob o silêncio instável, Karyu foi surpreendido por um terno abraço.

Ele, por sua vez, permaneceu estático e abalado. Sentiu antes de tudo o delicado perfume da garota adentrar em suas narinas, conforme seus batimentos cardíacos se aceleravam ao compasso dos dela. Instintivamente correspondeu, e também a envolveu em seus braços delicadamente.

Linh deu tempo ao silêncio antes de dizer com um sorriso:

- Viu só? Sem medo, sem ficar tremendo... Sem desmaiar ou correr risco de vida. – concluiu rindo, despertando também o sorriso do guitarrista que sem pensar muito a abraçava mais forte.

- Sinto muito por desconfiar... – ele disse – Mas se em algum momento esse medo voltar, não se esforce tanto, apenas...

- Não vai voltar. – ela o interrompeu dizendo de forma objetiva – Está tudo bem agora, okey?

- Você... – ele dizia ao sorrir – Parece uma mãe... Huahuahau...

- Eiii!! Sou mais nova que você, tá?! Abri uma exceção hoje para cuidar de marmanjos alcoolizados, mas não se acostumem! – ela protestou enquanto ambos se separavam – Agora realmente devo ir. Vê se não enrola demais e vá dormir também.

- Okey. Só vou fumar o último aqui, e depois eu também subo...

- Viciado...¬¬ - ela murmurou ao se afastar.

Karyu escutou, mas apenas sorriu de maneira travessa, conforme acendia o cigarro que segurava entre os lábios. Seguindo o barulho da pedra de seu isqueiro, tudo o que pôde ouvir foram os passos sutis da assistente subindo os degraus da escada. Passos que logo se tornaram imperceptíveis. Depois disso, só o silêncio... A fumaça de um cigarro e uma bela vista noturna. Fim de noite.








Notas:
Em uma entrevista rápida que Zero e Karyu deram antes de um show no Taste of Chaos, perguntaram para eles falarem um pouco sobre algum defeito, ou característica dos dois membros ausentes (Hizumi e Tsukasa).
Os dois riram com a pergunta e Karyu respondeu que não tem algo específico, porém Hizumi jogava muito video game, e Tsukasa dava trabalho quando bebia... u.ú

Fico imaginando como q é isso... Tsukasa enchendo o saco, etc.. Hhauahauahuah!!!



PRÓXIMO CAPÍTULO EM BREVE



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Shadow Lullabie's - Chapter 11



Noite perfeita, música agitada, vozes, uma mesa, petiscos, garrafas e copos. Havia se passado três dias desde que Linh perdera o medo de Karyu. No primeiro dia ainda existia o receio em falar ou se aproximar dele, mas o esforço da garota permitiu que isso fosse superado logo no terceiro dia.

Agora todos jogavam cartas na mesa de vidro da sala principal, que tem seis lugares. Porém apenas quatro deles estavam ocupados, pois a dedicada assistente se ocupava conferindo alguns detalhes na agenda da banda, sentada ao sofá, calma, distraída... Diferente daqueles garotos que riam alto, jogavam, e bebiam despreocupadamente.

- Sua vez, seu puto! – disse Tsukasa, chamando a atenção do baixista. Hizumi e Zero estavam de um lado da mesa, de onde podiam ver Linh, e Karyu e Tsukasa estavam do outro lado, frente a eles, e de costas para ela.

- Okey, okey... – dizia Zero retirando uma carta do monte ao centro da mesa. Olhou para a carta e lançou uma expressão de derrota. Assim que mostrou o "sete", todos protestaram um "ah... não...".

- "Um"... – Começou Zero.

(Hizumi) – Dois.

(Tsukasa) – Três.

(Karyu) – Quatro.

(Zero) – Cinco.

(Hizumi) – Seis.

(Tsukasa) – Piiiiiiiiiiii!!

(Karyu) – Oito...

[...]

(Hizumi) – Piiiiii!

(Tsukasa) – Quinze.

(Karyu) – Dezesseis.

(Zero) – Dezessete.

- Háaaaaaaaaaa!!! – disseram todos rindo e apontando para Zero, que desviava o olhar indignado.

- Mas essa regra é ridícula... Por que além dos múltiplos de sete, tem que ser os que terminam em "sete" também?! Mó idiota isso... – protestava.

- É pra distraídos como você errarem... – respondeu Hizumi.

- Olha quem fala, sua bicha! Você é mil vezes pior do que eu! ¬¬

- Ah, vai querer mudar a regra agora?! Bebe logo, caralho!! – disse Karyu, e Zero bebeu sem protesto, depois lançando um olhar intenso para o guitarrista antes de dizer:

- Só obedeci porque foi você quem pediu ;)

- Iiihhhh.... – insinuaram Hizumi e Tsukasa.

- Mas eu pensei que você era a fim do "Tsu"... u.ú – Karyu também entrava na brincadeira.

- Ah... Mas ele tá querendo dar uma de macho ultimamente...

- Melhor do que você que é uma bicha constante... – respondeu Tsukasa enchendo o próprio copo, que estava vazio.

- Você tomou aquela dose já? – perguntou Karyu, ao flagrar o baterista.

- Ué... Vocês ficam enrolando... – ele respondeu colocando a garrafa de tequila no centro da mesa.

- Ah, Tsuuuuu... Beba de acordo com o jogo... Se você ficar bêbado muito rápido, a nossa festinha terminará rapidinho... ¬¬ - disse Hizumi retirando uma carta do monte.

- Okey, okey... Não tocarei mais em nenhuma dessas belas garrafas... – o baterista afirmou erguendo as mãos – Mas só tem essa...

- O que é? – Zero perguntou a Hizumi, se inclinando para tentar olhar a carta – Iiiihh... Hhauhauahuaha!!!

- Uma DAMA!!! – disse Hizumi.

- Putz, e agora?! – perguntou Karyu – Dama, MULHERES bebem!!

- Simples, oras... Todo mundo bebe menos o Tsukasa... Que é o "macho"... u.ú – respondeu Zero. Todos riram e concordaram.

- Seus gays!! Quando for um Rei só eu bebo, então... ¬¬

Os músicos, exceto Tsukasa, que foi excluído da rodada, viraram suas doses de tequila, antes usando um pouco de sal e limão. Zero, depois de bater o pequeno copo sobre a mesa, olhou a certa distância e pousou a atenção em Linh. A garota fechou a agenda e suspirou, em seguida começou a mexer no celular, sem se dar conta de que estava sendo observada.

O baixista desviou-se para Hizumi e disse algo em seu ouvido que também o fez olhar para a assistente, e sorrir logo em seguida.

- Liiiiinh-chaaan... – chamava Zero a atenção da assistente.

A garota se virou para eles, ao mesmo tempo em que Karyu e Tsukasa também se viravam em sua direção por curiosidade. Agora todos a encaravam.

- O... O que foi? – perguntou ela com receio na voz.

- O que você está fazendo? – Hizumi lhe respondeu com outra pergunta.

- Eu estava conferindo algumas coisas. Parece que estarão livres até o próximo show. É só por isso que estou permitindo que fiquem na farra. – respondeu com um sorriso irônico.

- Ah... Então fica na farra também! Vem pra cá! xD – Hizumi propôs.

- Ei, Hizumi... Nenhuma garota vai querer se arriscar a ficar bêbada com um quarteto de marmanjos promíscuos... – disse Tsukasa.

- Tudo bem. – Linh os surpreendeu – Eu sou bem forte pra bebida, e estou mesmo sem nada pra fazer. Jogarei com vocês! – ela conclui sorrindo e se aproximando da mesa.

Sentou-se numa das pontas livres, ficando de certa forma ao lado de Zero e Karyu; a sua direita e esquerda, respectivamente.

- Então... Não fica bêbada fácil? – perguntou Karyu a encarando.

- Eu até fico, mas já não caio ou passo mal. Atualmente já tenho um bom controle, tive que ter com o tempo.

- "Teve que ter?" – perguntou Tsukasa – Por quê? Fala como se fosse algo necessário...

- Eto...

De fato a garota foi descuidada, e rapidamente foi colocada contra a parede. Mas outra grande prática de Linh era a de inventar desculpas rapidamente, como se tivesse respostas na ponta da língua. Por essa razão, sequer demorou a logo dizer:

- Pois é claro que é necessário. Já fui assistente de um time de beisebol – isso não era mentira – E eles viviam me obrigando a beber com eles.

- Wow!!! E eles nunca se aproveitaram de você? – perguntou Hizumi.

- Não...

Todos mostraram sinal de alívio até a assistente completar:

- ...Que eu me lembre.

Sabe quando, em uma cena de um anime, aparece uma gotinha na cabeça dos personagens e eles desabam ao chão, em choque? Essa é melhor descrição para a reação dos quatro músicos.

- Noway! Quem ousaria cometer o pecado de se aproveitar de você?!! – dizia Zero antes de receber olhares bem diretos dos outros três, como se dissessem "Adivinha... Você?". Após certo instante, todos riram.

- Ei, se fosse antes... Linh-san jamais se sentaria aí. Perto do nosso querido guitarrista. – disse Hizumi se referindo ao medo que a assistente não mais possuía.

- Não é?! – ela respondia sorrindo, antes que Karyu ficasse um pouco tenso – Agora que eu não tenho mais medo dele, ele se tornou o meu integrante preferido! xD

- O quêeeeeeee?!! – surpreenderam-se os outros três, enquanto ela lançava uma piscadela para Karyu.

- Brincadeirinha. Eu não tenho um preferido...

- Mentira... Todas as fãs têm um preferido. – disse Tsukasa.

- É... É verdade. As fãs sempre tem um... – Zero falava baixo, refletindo, até perguntar de uma vez – Linh-chan!! Qual de nós quatro é o seu integrante preferido?!

- Ah, Zerooo... Precisa fazer essa pergunta pra garota? – protestou Hizumi.

- É claro que ela dirá que são todos. E pode ser que seja isso mesmo... u.ú – disse Tsukasa.

Karyu olhou para Linh e esta lhe respondeu com um olhar abismado, mas em seguida sorriu e se voltou para todos.

- As fãs sempre têm um preferido mesmo. Muitas ficam indecisas entre dois integrantes, e tal... E outras simplesmente não sabem escolher. Eu poderia dizer que atualmente pertenço a este último grupo. Mas antigamente também tinha o meu preferido. – a assistente resumiu.

- Hum... E qual era? – Zero insistia.

Linh chegou bem próxima ao baixista, e disse pausadamente, olhando em seus olhos de forma intensa.

- Hi-mi-tsu... [segredo*] – ela respondeu levando Zero ao silêncio. Mais uma vez, risadas descontraídas.

- Minha vez! – disse Tsukasa retirando uma carta – Sabe jogar Linh-san?

- Sei sim!!

- Beleza...

Tsukasa se levantou já um pouco tonto, o que despertou alguns risos e tirações, afastou sua cadeira, e agachou-se aos pés da mesa. Enfim ergueu a carta: um "cinco".

Todos repetiram o movimento do baterista, e rapidamente colocaram ambas as mãos sobre chão. Porém Hizumi se atrasou um pouco.

- Quem foi? – perguntou Karyu. Todos se entreolhavam, agora vendo uns aos outros por debaixo da mesa.

- Hizumi... – apontou Tsukasa, despertando o olhar de derrota do vocalista.

Todos riram e se levantaram, voltando aos seus lugares. E Hizumi virou a dose com sal e limão.

- Ainda bem que vocês estão usando meia dose pra virar, senão já estariam todos loucos... u.ú – disse a assistente.

- Na verdade é mais pra economizar... Só tem essa garrafa. Uma hora ela acaba. – respondeu Zero.

- Ah... Bem pensado.

- Pois bem... – Karyu retirava a carta – Aqui temos um... "Dois"!

- Que tal um doble pra mim? – insinuou o baterista sorridente.

- Fica quieto, seu alcóolatra... ¬¬ - respondeu Karyu – Hizumi porque bebeu pouco, e Linh-san porque quero ter a honra de fazê-la beber a primeira dose ;)

- Seu viado trapaceiro!! – disse Zero em protesto.

Ambos os escolhidos viraram as doses, Linh seria a próxima.

- Eu tirei uma carta-regra... – ela disse com um sorriso vitorioso ao mostrar o "oito". Todos se mostraram surpresos, e ansiosos.

- Que cagada! Se você não tivesse vindo eu é que tiraria... – dizia Zero.

- Bom, uma regra... Eto... Já sei! Pessoas do sexo masculino devem...

- Você é bem esperta... u.ú – interrompeu o guitarrista.

- Trapaceira... – e Tsukasa.

- Okey, deixem eu terminar! A regra é que... Antes de retirarem uma carta, vocês deverão gritar uma vogal, de acordo com a ordem. Começando pela minha direita, Zero-san grita "a", Hizumi-san grita "e", Tsukasa-san grita "i", Karyu-san grita "o", e assim por diante. Quando terminar, começa de novo, etc... Mas é pra gritar alto e com estilo... u.ú

- Como você conseguiu pensar nisso? – perguntou Karyu abismado.

- É cópia. Fizeram essa regra uma vez, quando eu estava jogando. Foi engraçado...

- Mó mico... ¬¬ - disse Zero.

- Pode gritar em gutural? – perguntou Hizumi.

- Gritem do jeito que quiserem. Mas GRITEM!! Hhauahuahauhau!!

- Beleza então... AAAAAAAAAAAAAAAAhhhhhh!!! – gritou Zero, despertando um belo susto em Tsukasa:

- Ah, CARALHO!!

- Mó gritinho de puta gozando... – o guitarrista provocou.

- Acho digno... u.ú – e Zero respondeu, enquanto retirava a carta. Todos riram.

CONTINUA...









Notas:
Gente, pra quem se interessar pelo jogo, ele se chama "Sueca". É jogado com um baralho de cartas normal. É um dos melhores para se divertir enquanto se bebe. Huahauhauahau!!

Sim, realmente quis imaginar como seria se eles jogassem.
Bom, o próximo capítulo encerra a noite deles, e a minha também, provavelmente... u.ú

To the next >>>>>
Bjussssss....
;**




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Shadow Lullabie's - Chapter 10

____________________________________
A garota foi quem tomou a iniciativa, e rapidamente se dirigiu ao lugar indicado, sentando-se bem de frente para Giyo. O guitarrista demorava a fazer o mesmo, até ser encorajado por sua assistente.

- Está tudo bem! – disse ela sorrindo.

- Tem certeza?

- Sim!

Dito isso, Karyu se aproximou lentamente da mesa, e com muito cuidado se sentou ao lado de Linh, porém ainda mantendo certa distância. Giyo o olhou de forma reprovadora.

- Muito longe... Aproxime-se mais da garota.

- Mas... Isso pode ser...

Não era a toa que o guitarrista se preocupava, afinal era fácil reparar que a garota ao seu lado ficava cada vez mais tensa.

Linh sentia sua respiração pesar, como se algo a sufocasse. Além disso, seu coração palpitava como se estivesse a ponto de explodir, sentia dor e medo, enquanto um calafrio repentino arrepiava-lhe de forma assustadora. Suas mãos foram as primeiras partes de seu corpo a ficarem trêmulas.

- Vejam só... – dizia o homem reparando na garota – Você realmente não está nada bem...

A assistente sequer foi capaz de responder. Era estranho, mas naquele momento em especial, todos os seus sentidos pareciam estar mais intensos. Se antes ela já sentia medo daquele músico ao seu lado, agora esse medo parecia umas dez vezes maior. Como isso poderia ser explicado?

- Eu vou sair de perto dela! – Karyu se manifestava, levantando-se no intuito de se afastar.

E mais uma vez, ela o deteve.

- Volte... – a garota disse com dificuldade.

Não era possível dizer se o guitarrista estava surpreso ou indignado.

- Você é uma masoquista por um acaso?! Não vê que se eu...

- Isso é necessário. – ela o interrompeu – Eu... Acredito que seja.

- Ela não está errada, meu jovem. Preciso que ambos estejam próximos. E devo dizer que o medo dela provavelmente irá piorar.

- Isso não pode acontecer!! Da última vez ela quase morreu!

- Oh, é mesmo? Então acredito que dessa vez ela tenha morrer de fato.

- O quê?! – Karyu se indignava – Quem diabos é você?! Onde Zero estava com a cabeça quando pediu sua ajuda? Eu vou agora mesmo falar com ele...

O músico se dirigia até a porta, porém, antes de abri-la, foi interrompido pela única voz que naquele momento poderia impedi-lo de fazer qualquer coisa que fosse.

- Karyu-san...

Já tinha uma das mãos na maçaneta prestes a abrir aquela porta, mas não o fez. Abaixou a cabeça e suspirou pesadamente, enquanto um sorriso vitorioso surgia na face de Giyo. Com passos lentos, mas uma boa postura, Karyu voltou até eles. Encarou o estranho homem com um olhos firmes, que logo preocuparam-se assim que pousaram em Linh.

Dessa vez, incrivelmente, a garota foi capaz de encará-lo sem desviar o olhar.

- Só não quero que nada aconteça com você... – ele disse, e depois pôde admirar o sorriso que ela lhe dera como resposta. Permaneceram então naquele vagaroso instante, em silêncio e olhos fixos.

- Muito interessante... – Giyo interrompeu completamente. Enquanto se perdiam nos olhos um do outro, talvez ambos estivessem se esquecido da presença daquele homem que até então os observara em silêncio e atenção.

Após uma risada divertida, por notar que "despertou" aquelas duas pobres almas, Giyo continuou:

- Pessoas sensitivas como eu... Enxergam coisas que as pessoas normais não enxergam nem com esforço. Juro que não pedi por isso... Talvez alguém lá em cima tenha me escolhido para ajudá-los, e agora eu estou aqui para cumprir essa missão.

Já era de se esperar que Linh e Karyu não compreendessem o que aquele homem queria dizer, o que fez com que este fosse obrigado a prosseguir:

- Sente-se rapaz... Não precisa ser tão perto dessa bela jovem. Apenas quero que prestem atenção no que vou lhes dizer.

Atendendo gentilmente ao pedido de Giyo, o guitarrista se sentou ao lado de sua assistente, porém não tão próximo quanto antes.

- Assim está bom... – o homem continuava – Linh-chan... Foi apenas impressão minha, ou a senhorita foi tranquilizada agora a pouco pelo seu algoz?

A garota apenas sorriu antes de responder:

- Estranho, não é? Não tive medo dessa vez...

- Hum... Então como podemos explicar isso? Você simplesmente tem pavor desse jovem aqui presente, mas, de repente, ele foi capaz de lhe passar segurança através de uma simples frase e um mero olhar. Uma hora, medo... Outrora... Confiança. Imagino que deva estar se sentindo completamente confusa, estou certo?

- Hai! ^^

- E como se sente agora?

- Normal.

- E quanto a você... Karyu-kun? Não sabemos muito sobre como se sente em relação a isso tudo. Agora acredito que também esteja "normal"... Mas o que poderia lhe deixar aflito, ou com tanto medo quanto Linh-chan?

- Ah... Isso... É difícil dizer, porque...

- Você não sabe a intensidade do medo dela.

- Isso mesmo.

Posto que agora Giyo já percebesse muitas coisas apenas ao vê-los, ele já não poderia esconder tudo. Porém sabia que contar absolutamente tudo o que via e suspeitava, também não era uma boa idéia. Há coisas que antes precisam ser compreendidas, para enfim poderem ser ditas e afirmadas. Giyo tinha a capacidade de ler as almas, decifrar espíritos... Um dom que ele considerava um presente divino. Naquele momento, o simples fato de estar ali, perante eles, com certeza não era à toa.

- O que vejo aqui é surpreendente. Algo possível e natural, mas mesmo assim... Muito raro. Antes de mais nada, quero dizer que ambos, a partir de agora, devem fazer o possível para buscar... Purificação. Meus olhos não se enganam... Os dois já andaram colecionando máculas por ai. Isso poderá se tornar um grande fardo...

- Quer dizer sobre nossos pecados? – perguntava Karyu lançando um sorriso discreto, afinal o assunto era sério – Eu ainda tenho salvação? Ò_o

Giyo lançou uma breve risada antes de responder:

- Vejamos, se pensarmos no agora... Posso lhe dar certeza que tens mais salvação do que ela. – terminou ao indicar Linh com o olhar.

Karyu se pôs perplexo. Aquela garota jamais pareceria ser do tipo que já cometeu muitos erros e pecados... Isso estava fora de cogitação. Linh, por outro lado, baixou a cabeça e o olhar de forma a lamentar o que ouvira, e dessa forma também o confirmava. Era verdade, e ela sabia.

- Então o senhor de fato enxerga coisas que ninguém enxerga... – dizia ela mantendo a expressão vazia.

- Ora, não fique tão condolente... Assim partirá o meu coração. Esse velho não pode morrer agora. – Giyo disse fazendo um teatrinho e a assistente voltou a sorrir – Minha jovem de bom espírito... As máculas que possui não foram buscadas por você. Posso ver isso apenas ao mergulhar na profundeza de seus olhos... Sua alma é pura, por isso esses olhos são tão encantadores. Apesar disso, você já foi perturbada por diversas sombras... O jeito que eu falo parece muito metafórico? Vocês... Acreditam em outras vidas?

- Se isso existe... Talvez possa explicar muita coisa. – disse Linh.

- Bem observado... u.ú – disse Giyo.

- Eu acredito... Mas sem aprofundar demais as coisas. – Karyu afirmou.

- Bom... É relativo de cada pessoa acreditar ou não, e tenham certeza: isso pouco importa. Afinal os fatos não podem ser mudados por conta de tal. O que posso dizer a vocês... É que existe um forte laço espiritual em torno de ambos. Vocês dois. – Giyo falou, e olhos curiosos surgiram naquelas duas faces frente a ele - Nada nesse mundo acontece sem ter um porquê. Por mais que a princípio as coisas sejam incompreensíveis, logo, ou tardar, é possível entender o verdadeiro motivo de elas terem ocorrido de tais formas. Tudo, absolutamente tudo nesse mundo, acontece de acordo com um fluxo. Alguns chamam esse fluxo de "destino", outros preferem encará-lo das mais diversas formas. Sorte, azar... Também fazem parte de tal fluxo. Inclusive o encontro de duas pessoas, o medo de uma pela outra... Mas não posso dizer mais do que isso...

- O que quer dizer? Um laço espiritual poderia ser... – Linh tentava entender.

- Não se precipitem quanto ao que vão achar sobre isso, mas também não se limitem a tentar compreender. Vocês não devem se preocupar, nem mesmo temer a nada. Como eu já disse, nada é sem motivo. Aquilo que tiver que acontecer, independente do que façam durante o longo caminho de suas vidas, certamente acontecerá. Não é necessário que façam esforços para resolverem questões da alma... É preciso se esforçar para conseguir dinheiro, manter a boa forma, arranjar uma namorada... Eu que o diga... u.ú Não me dou bem em nenhuma dessas coisas, mas fazer o quê? Se eu puder ajudar pobres seres da Terra como vocês, já posso me sentir mais... "Útil".

Linh e Karyu riram, pareciam mais tranquilos.

- Você quer dizer então... – dizia o guitarrista – Que não devemos nos preocupar? As coisas vão... Naturalmente se resolver? No caso, esse medo inexplicável que ela tem de mim?

- Exatamente. Mas... Eu queria que fizessem algo agora, apenas para matar a curiosidade desse velho. Eu irei instruí-los, mas devo avisar que não será muito fácil, principalmente para Linh-chan. Estará tudo bem?

- Eto... Por mim tudo bem. – disse a assistente.

- Se não for arriscado, eu posso concordar... O que exatamente quer que a gente faça? – e Karyu.
Apesar de muito hesitar, o músico acabou concordando em fazer o que Giyo instruiu. O empecilho é que se tratava de algo que deixaria a assistente cada vez mais assustada, e na última vez em que houve algum tipo de contato entre eles, a garota teve um súbito desmaio que por pouco não lhe tomara a vida. Linh concordou preocupada, mas Karyu teve de ser convencido. Além disso, o guitarrista deixou bem claro que pararia a qualquer momento, se achasse necessário. Giyo por sua vez, garantiu que nada daria errado se apenas confiassem nele, e principalmente, em si mesmos.

Linh e Karyu sentaram-se um de frente para o outro, com as pernas cruzadas em pose de meditação. Deveriam ambos dar as duas mãos um ao outro, segurá-las firmemente, e depois fechar os olhos.

Assim fizeram. Ela com mãos mais do que trêmulas, e ele com receio se deveria continuar com aquilo. Através do toque das mãos de Linh, o músico podia perceber facilmente o quão grande era o pavor que a garota sentia. Instruído a segurar cada vez mais firme naquelas mãos, com o intuito de lhe passar alguma segurança previamente impossível, Karyu continuou.

As mãos dela estavam frias e trêmulas. E as dele, quentes e firmes, apesar de vez ou outra quererem se afastar para bem longe.

O medo dela o deixava aflito. Ela o temia, e ele temia que ela o temesse a ponto de não suportar. Mais do que isso, Karyu temia que jamais fosse possível arranjar uma cura para este mal. Isso ia contra todos os seus princípios de otimismo, e ele sabia, mas talvez fosse justamente esse resto de otimismo que o permitia seguir em frente. A sensação era a pior de todas: aquela de estar torturando uma pessoa, sendo que jamais pensara uma única vez sequer em fazê-lo. Mas ao mesmo tempo em que queria se afastar, também queria incessantemente continuar ali, prendendo firmemente aquelas mãos. Achava-se um tremendo sádico por isso, mas era algo que não podia controlar.

Linh por sua vez... Se ele era um sádico, ela deveria ser de fato uma masoquista. Sabia melhor do que ninguém que aquilo a torturava. O medo que sentia sequer poderia ser chamado de "medo", simplesmente pelo fato de muitos outros sentimentos confusos e subjetivos o acompanharem. Assim como Karyu, ela queria e não queria, ao mesmo tempo, se livrar daquelas mãos que tão fortemente seguravam as suas. O que fazer? Continuar.

A próxima instrução foi para que Linh pensasse em algum fato que lhe deixou apavorada. Podia ser um trauma de infância, ou a pior de todas as experiências que já teve até então, por mais difícil e doloroso que fosse recordar. Karyu por sua vez, teria que se lembrar do contrário, a melhor de suas recordações, aquela que sempre fora capaz de lhe transmitir paz e conforto. Ambos opostos, até nas memórias que resgatavam.

Deviam ficar assim por um instante até a segunda ordem de Giyo, que os observava atentamente. Surpreso, aquele homem não imaginava que a garota conseguiria resistir por tanto tempo. Era notável o quanto sofria. Dava para ver a dificuldade que tinha para respirar, o quão trêmulo todo o seu corpo estava, o quanto ofegava, ou o quanto o suor escorria-lhe friamente pela face. Mas ela não podia desmaiar... Não naquele momento, onde tudo daria meia volta, onde o eixo iria aos poucos de inverter... E ela sentiria isso. Ou melhor, já começava a sentir.

Sim... O medo já estava diminuindo, adaptando-se talvez? Não, ele estava dando lugar a outro tipo de emoção. Linh sentia a sua face esfriar, revelando que o suor não mais lhe escorria. O corpo já não tremia, e as mãos também paravam de tremer pouco a pouco. A respiração tornava-se mais fácil, não mais ofegante... Assim como as batidas em seu coração, que pulsavam em um compasso absurdamente rápido, ficavam gradativamente mais tranquilas.

Aquele sentimento de pavor estava desaparecendo. Mais do que isso... Agora Linh se sentia como salva por um anjo. O sentimento de cair em um abismo, mas ter suas mãos seguradas por alguém no último instante. E uma paz e um alívio notórios lhe invadiram intensamente. Calma, segurança, confiança, proteção... Foram essas as emoções que tomaram o lugar de todo aquele medo perturbador.

Um sorriso lhe veio à face, e Karyu também sorriu, afinal pôde facilmente perceber que o medo dela desaparecia pouco a pouco, até finalmente extinguir-se por completo. A conexão que tiveram possibilitou que um lesse os sentidos do outro, não só os sentidos, eram capazes de ler a alma também.

Soltaram as mãos lentamente, ao mesmo passo em que abriam os olhos, os dela lacrimejavam automaticamente, e os dele apenas ameaçavam fazer o mesmo.

Nenhuma palavra precisou ser dita, apenas olhares e sorrisos bastavam. Até um resmungo ecoar naquele quarto. Era Giyo, dramatizando estar aos prantos de tão comovido.

- Isso foi... INCRÍVEL!!! – dizia ele ao retirar um lenço do bolso para assuar o nariz – Bom, vocês sabem muito melhor do que eu... Sabem também o que foi isso?

O músico e sua assistente apenas o encararam sem resposta, então o homem explicou:

- Acredito que a partir de agora... A mocinha não mais terá medo desse jovem feio.

- "Jovem feio"? – Karyu retrucava.

- Sim, sim... Linh-chan, quando se cansar de ser assistente dessa banda de jovens feios, eu estarei te esperando!! I'll be waiting for you, my lady!! I'll be waiting!!

- Hehehe... Tudo bem... ^^

- Não concorde com ele... ¬¬

- Eto...

*risos descontraídos*


Agora, segundo Giyo, Linh não temeria Karyu. A menos que houvesse um motivo explícito. Sobre como isso foi possível o homem alegou estar com preguiça de explicar, então que todos pensassem por si mesmos até encontrarem uma resposta. Eles não fizeram tudo sozinho, receberam uma "ajuda espiritual" de Giyo. Mas se tudo foi mesmo superado, apenas aqueles dois poderão afirmar. E tomara que possam fazê-lo. Assim como todos desejavam.

Apesar de tudo, Giyo decidiu por omitir o motivo em detalhes daquele grande temor que a garota sentia pelo guitarrista. Achou que seria pesado demais, e que não eram espiritualmente capazes de lidarem com isso. Desde o princípio, ele enxergara uma espécie de sombra, uma energia sufocante... Ao menos essas foram "neutralizadas" por ele.

Talvez um dia, a verdade precise ser revelada, mas se for possível, é bem preferível que as coisas continuem como finalmente começaram a estar. Se tudo estiver bem, nenhum mal terá que surgir, e nem sequer ser citado.



Traçamos sonhos em vermelho corrompidos
Nas memórias inexistentes de uma vida percorrida
Mas a estrela que feneceu perante meus olhos frios...
Não é uma simples lembrança
Não pode ser esquecida.

(M. Alice)










Bom, eu pretendo colocar trechos de músicas tb... (não necessariamente de D'espairsRay, mas claro q mtos serão deles xD)

Mas eu tb crio letras e versos, e tal... Então quando eu não souber oq colocar (como agora), coloco alguma obra minha mesmo... Hehehe...

Obrigada a todos, e mais uma vez, malz a demora u.ú
Bjussssssss...
;**




PRÓXIMO CAPÍTULO >>>


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Shadow Lullabie's - Chapter 09

_________________________________

- Karyu-san? – disse a voz do outro lado da linha. A voz feminina que tanto esperavam ouvir.

- L-Linh-san? – era normal que o guitarrista estivesse surpreso, afinal foi para ele que ela ligou. Na verdade, todos se surpreenderam com isso – Você ligou... Justo pra mim?

- Ah... É que... A maioria das chamadas perdidas eram suas, então... Resolvi ligar pra você – a garota respondia com dificuldade – E também... Pelo telefone é mais fácil. Não dá tanto medo. Assim pelo menos consigo falar com você...

Linh falava de um restaurante bem pequeno, na verdade, parecia um bar. Em seu semblante foi possível notar um sorriso. Do outro lado da linha, Karyu também sorriu.

- Onde você está? Estamos todos preocupados com você... Hizumi achou que você foi sequestrada.

- Eto... Foi mais ou menos isso... – ela respondia já despertando o olhar preocupado do guitarrista. Mas antes que ele perguntasse alguma coisa, ela o tranquilizou – Mas eu estou bem! Não se preocupem! Estou com...

Impedindo a assistente de continuar, vemos uma mão lhe tomar o aparelho para si. Era aquele homem, que agora começava a falar, deixando uma Linh assustada para trás.

- Você é o tal "Karyu-san"? – ele perguntou, fazendo o guitarrista estranhar, com um olhar cismado.

- Quem é você?

- Ah, sim! Sou o sequestrador. Temos que negociar! – o homem respondeu com um ar divertido, em seguida lançando uma grande risada.

- Não estou brincando... Quem é você?! – insistia Karyu ligeiramente irritado. Enquanto os outros três também se preocupavam.

- Fique tranquilo, meu jovem... Nós conversaremos depois... Passe para o Zero.

"Zero"? Para chamá-lo assim, intimamente, só poderia ser um suposto amigo do baixista. Karyu hesitou um pouco, mas logo estendeu o seu braço, oferecendo o aparelho ao amigo, e este obteve um olhar curioso.

- Ele quer falar com você – o loiro explicou.

Zero pegou o celular, mesmo sem saber quem era e, em seguida, atendeu.

- Quem é?

- Nenhuma espécie de fã ou paparazi, eu não tenho esse mau gosto... – o homem respondeu, deixando o baixista abismado.

- GIYO?!! O_O

- Sim, sim... Minha alma ainda existe nesse velho corpo... u.ú

Zero começou a rir.

- Eu não acreditoooo!!! Você não faz idéia de como isso é inacreditável!! Giyo, hoje mesmo eu estava querendo te visitar, mas no meio do caminho eu não me lembrava mais como chegar, então...

- Calminha ai, seu jovem tolo! Já falei para ter mais fé no destino, não falei? – o homem respondia de forma divertida – Eu estou com a garota. Ela me contou muita coisa... É uma situação muito intrigante, eu diria...

- É, é verdade... Por isso achei que você pudesse nos ajudar.

- Tragam o outro garoto aqui. Preciso dos dois juntos... Já desconfio de algo. Mas tenho uma pergunta...

O homem se afastou um pouco de Linh, e com a voz branda continuou:

- De onde essa garota surgiu? Nunca vi tão bonita e instigante... Vocês não querem deixá-la comigo? ;) – ele dizia em um tom pervertido.

- G... Giyo, Giyo... Sem depravações! E fique longe dela... A assistente é nossa, ache a sua! u.ú

- Garoto egoísta! >.< - Giyo fez birra, depois levantando um olhar sério, antes de continuar, enquanto fitava Linh, que se distraia – A jovem tem uma aura peculiar... Me deixa preocupado. Mas preciso conhecer esse Karyu.


- Onde vocês estão?

- No Dumi.

- No Dumi?! Você tá com ela nesse lugar cheio de caras necessitados? Você é louco?!

- Calminha... A Mei-chan botou ordem em um instante. Sabe como ela é... Qualquer homem teria medo dela. Agora estão todos bem comportados. Evitam até mesmo olhar para a garota... Hhehehehhe...

- Hum... Okey. Mas não podemos ficar em lugares publicos. Então vamos fazer o seguinte: esperem ai, que eu irei buscá-los.

- Estamos esperando. Traga dinheiro para pagar a conta também... A garota não consumiu nada, mas eu...

- Claro, ela não é uma alcoólatra como você... ¬¬ Tudo bem, apenas espere. Ja ne!

Zero desligou o celular, e o devolveu para Karyu. Todos tinham olhos curiosos.

- Ela está bem! – ele disse, despertando o sorriso de todos.

- Não posso acreditar que aquele seu amigo a encontrou. É muita coincidência... – disse Tsukasa abismado.

- Nem eu, Tsukasa, acredite... – o baixista respondeu – Eu irei buscá-los.

- Eu vou junto. – disse Hizumi caminhando em direção a porta, assim como Zero. Sairam do local sem demoras, voltando boa parte do caminho que fizeram anteriormente.

- Vou ligar o som – o vocalista disse, rapidamente ligando o aparelho. E ambos seguiram em alta velocidade, e ao som envolvente de Rammstein.


- Foi um grande avanço.

- O quê? – Karyu estranhava o comentário repentino de Tsukasa.

Ficaram apenas eles na espera. Sem Zero e Hizumi, tudo pareceu mais silencioso. Se bem que Karyu também não era muito de ficar quieto. Só estava assim naquele momento, pois se mantinha pensativo, distraído. O baterista o encarou com um sorriso antes de continuar.

- Ela ter ligado pra você. Já é algum avanço...

- Nem tanto... Pelo telefone eu acho que é mais fácil... O loiro se pôs a acender outro cigarro, enquanto o amigo o fitava com um leve sorriso despreocupado.

Mas Karyu, apesar de ser a chaminé mais ativa entre os três fumantes da banda, estava, naquele dia, se superando em seu eterno vício. Ansiedade, claro. Logo ele estaria de cara com um possível meio de enfrentar o problema. Ao menos pôde, naquele momento, soltar um suspiro de alívio ao saber que a garota estava bem.

O tempo passou, mas não demorou muito para que Zero, Hizumi, Linh, e aquele estranho homem, quase senhor, chamado Giyo, adentrassem o quarto. Tsukasa e Karyu levantaram-se rapidamente de seus lugares. Giyo, ao entrar no quarto, olhou fixamente para todos, e principalmente para Karyu.

- É muita gente por aqui... Apenas os dois devem ficar – ele disse apontando Linh e o guitarrista com o olhar.

Dentro de instantes, todos sairam do quarto, menos aquele estranho homem, e as duas "vítimas". A assistente estava muito quieta, e é claro, bem distante de Karyu. Este a olhava de forma preocupada.

Inquieto, o guitarrista não sabia como agir. Aquele homem fechava as cortinas, deixando o quarto mais escuro, porém, com a penumbra dos raios solares moderados, que apenas indicavam o começo de um fim de tarde.

Giyo foi até a bela mesa que havia no quarto. Era retangular e bem baixa, ao estilo japonês. Ele se sentou paralelamente atrás dela, como um imperador esperando que lhe servissem o seu chá. Cruzou as pernas como um índio, apoiou as mãos nos joelhos, fechou os olhos, e respirou fundo. Parecia estar prestes a meditar. Mas esse momento pouco durou. Repentinamente, os olhos daquele senhor passam de fechados para completamente fixos naqueles dois jovens que estavam no quarto. Aqueles que até então apenas assistiam com estranheza todos os movimentos daquele estranhho indivíduo.

Mesmo que um dos jovens estivesse num dos cantos, e o outro no canto oposto, ambos estremeceram com aquele olhar.

- Sei que pode ser difícil... Mas vocês terão que se aproximar. Quero os dois sentados na minha frente, um ao lado do outro. Vamos logo...

Linh e Karyu se entreolharam rapidamente. É certo que hesitariam muito antes de obedecer às ordens daquele homem. Porém não teriam escolha.










Notas:
Eu amo Rammstein, msm sem saber q Hizumi tb ama.... S2
Ele disse uma vez, em uma entrevista, que essa é a banda preferida dele xD

Karyu é, de fato, a maior chaminé entre os três fumantes da banda... Parece que seu cigarro eh Seven Star, mas ele tb fuma Marlboro tradicional.
Tsukasa fuma Lucky Strike, e Zero, Lark Mild.

No próximo capítulo, os mistérios serão revelados.... u.ú





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Shadow Lullabie's - Chapter 08

___________________________________

Linh continuava a ser arrastada até, finalmente, aquele ser parar. A garota também parou ofegante. Agora pôde ver com mais clareza que aquela pessoa era mesmo um homem. Sua feição lembrava a de um índio, suas roupas também, e sua idade já deveria passar dos cinquenta anos. Mas o homem lançou à assistente um sorriso divertido, ao contrário da expressão dela, que continuava revelando seu imenso pavor.

- Aqui está bom – ele disse continuando a sorrir.

- Então será que dá pra me soltar? – Linh perguntou seriamente.

- Só se você prometer que não irá fugir. Sei que eu não sou tão bonito quanto aqueles garotos, mas, por favor, dê um pouco do seu tempo a este velho...

A garota ergueu a sobrancelha e um olhar intrigado. O que afinal aquele tiozinho poderia querer dizer com "dê um pouco do seu tempo a este velho"? Era inevitável para ela imaginar que na cabeça daquele estranho poderiam existir milhares de pensamentos pervertidos. Linh não tem culpa, afinal, cresceu sendo assediada. E em uma situação onde qualquer garota pensaria que aquele velho não passava de um tarado, é claro que ela também pensaria exatamente a mesma coisa. "Não, não e não"... Era o que ela expressava visivelmente com o olhar, enquanto o homem a sua frente continuava a lhe sorrir.


A situação em frente o Mc Donald's estava ficando fora de controle quando os garotos foram obrigados a chamarem os seguranças da banda. Não gostavam muito de fazer isso, mas não tiveram escolha. Ainda se estivessem em um país da América do Sul, por exemplo, talvez conseguissem passar despercebidos por entre a multidão. Mas não, eles eram uma famosa banda japonesa, no meio de uma movimentada rua de Tóquio. Foram todos muito imprudentes.

Os seguranças chegavam e tomavam o controle da situação, com todo o cuidado para não machucar nenhuma fã, afinal era necessário apenas que se afastassem de lá, antes que eles mesmos se machucassem, ou fossem estuprados por um grupo imenso de fangirls.

No meio de todo aquele movimento, Karyu de repente preocupou-se, como se recordasse de algo que todos haviam esquecido. O guitarrista olhou ao redor com olhos aflitos, mas em vão. Percebeu então que aquela dedicada assistente havia desaparecido de suas vistas, mais especificamente, de SUA vista. Pois apesar de disfarçar com esforço, Karyu sempre procurava, vez ou outra, fixar os olhos naquela garota, apenas para saber onde ela está, e como está. Isso ainda não era algo tão intenso, na verdade, era automático, inconsciente, como um movimento involuntário. Um instinto... Mas ainda era meio cedo para que se desse conta de tal.

O guitarrista olhou para o moreno ao seu lado, Tsukasa, e querendo logo falar com um de seus três companheiros, começou a dizer, esperando que o baterista aliviasse sua preocupação:

- Onde está Linh-san?

Mas no meio de todo o alvoroço, o músico não conseguiu escutar, retribuindo à pergunta com um "O QUÊ?!" esforçado e uma expressão desentendida. Karyu foi obrigado a repetir, agora com a voz mais elevada.

-LINH-SAN?!

Tsukasa também pareceu, finalmente, lembrar-se de algo. Sua expressão foi semelhante a do guitarrista há poucos instantes. Logo, não demorou muito para que os quatro D'espairs se pusessem preocupados. Zero supôs que ela tenha sido sequestrada, e Hizumi, ainda mais desesperado, começou a detalhar todas as desgraças possíveis que poderiam estar lhe ocorrendo. Mas, isso tudo, depois de terem ligado para a garota, e esta não atender. Ligaram outras vezes, todos tentaram, e nada.

Os seguranças liberaram as passagens até os carros. Eles entraram com certa dificuldade, e logo foram instruídos a seguirem para qualquer outro lugar longe dali. Dois automóveis com seguranças lhe dariam guarda, um viria à frente dos dois veículos conduzidos pelos músicos, e o outro seguiria atrás de todos. Porém, nem Zero, e nem Tsukasa queriam dar a partida.

- Nossos carros são blindados e a prova de choque, ninguém vai conseguir matar a gente... – dizia Zero ao segurança, pela janela do carro. E Hizumi, ao lado do baixista, reafirmava, insistindo para que pudessem ficar.

- Não podemos sair daqui! Nossa assistente deve ter se perdido! – dizia Tsukasa para outro segurança, também pela janela de seu automóvel. E Karyu não dizia nada, mas apenas continuava a ligar sem descanso para a assistente desaparecida.

- São ordens da agência e também da polícia – o segurança respondia a Tsukasa, enquanto outros afastavam as fãs – Nós estamos em um bairro afastado, vocês tiveram sorte de estarmos em um estúdio aqui perto. Porém todo esse tumulto não pode continuar ou será muito perigoso. Alguém pode se ferir...

E outros dois seguranças convenciam Zero e Hizumi:

- Primeiro vamos sair daqui. Depois procuramos a garota...

- Iremos no carro a frente, apenas nos sigam.

Não teve outro jeito. Foram obrigados a deixar o local. Um carro grande e preto partiu a frente, seguido pelo carro de Zero, seguido pelo de Tsukasa, seguido por outro carro grande e preto, igual ao primeiro. As fãs continuavam a berrar e causar tumulto. Enquanto os músicos partiam, elas tentavam segui-los de alguma forma. Mas foi em vão, pois a guarda local já havia aparecido para finalmente botar ordem naquela rua.

E mais uma vez, a banda foi obrigada a deixar sua assistente em segundo plano. Isso tornou por deixar os quatro integrantes frustrados.

Os carros andaram depressa, e bastante. Dois carros sendo protegidos por outros dois, sendo estes últimos totalmente pretos e de grandes portes, inevitavelmente causava certo impacto entre as pessoas da cidade. Mas sorte que todos os veículos, inclusive o carros de Zero e Tsukasa, tinham todas as suas janelas muito bem revestidas com insufilme. Dessa forma, ninguém de fora poderia sequer imaginar que dentro dos dois carros centrais estavam os quatro integrantes de D'espairsRay. Zero e Hizumi no elegante Audi prateado, seguidos por Tsukasa e Karyu no Posche vermelho, em alto estilo, do baterista. Enquanto duas grandes Mercedes pretas e intimidadoras os cercavam.

Assim que estavam bem distantes, entraram em um famoso hotel chamado Secret Garden La Province Hotel Cassino. Um hotel-cassino bastante conhecido por sua segurança e discrição. Também muito frequentado pela mais alta elite que geralmente visitava a capital Japonesa, a negócios, a passeio, ou pelos mais diversos motivos. Lá era certo que estariam completamente seguros, e assim poderiam pensar em uma maneira de encontrar Linh.

Entraram em um quarto "King", super espaçoso e luxuoso, e com uma vista exuberante. Karyu e Zero se sentaram na cama, o baixista pensativo, e o guitarrista voltando a esquentar sua orelha com o aparelho celular. Ele já havia revezado um pouco com Hizumi, afinal a assistente poderia estar com "receio" de atender justo Karyu. Mas o fato é que nenhum dos quatro músicos obtinha sucesso ao tentar contatá-la pelo celular. Linh não atendia.

Tsukasa foi pegar algumas bebidas no frigobar, e Hizumi andava de um lado para o outro. Zero, ainda sentado na cama, ergueu a cabeça e olhou primeiramente para Karyu; ele continuava nas suas tentativas incansáveis de ligar para a garota. Depois o baixista pairou os olhos em Hizumi, que andava de um lado para o outro, feito uma barata tonta. Tanto o loiro ao seu lado, quanto o moreno de pé a sua frente, faziam movimentos repetitivos. Um discando de tempo em tempo uma mesma tecla, e o outro com passos que já adquiriam um ritmo próprio. Zero escutava o barulho da tecla do celular do guitarrista, seguido pelo baixo som que ecoava das chamadas, e depois pela voz irritante da mulherzinha da caixa postal. E isso se misturava às batidas ritmadas dos pés do vocalista. Passos de um lado, passos de outro, tecla de celular, passos, chamadas, passos, passsos, chamadas, mais passos, caixa postal, passos, tecla, passos, passos, chamadas, passos...

É claro que o nosso baixista, leonino de tipo sanguíneo O, não suportaria aquilo por mais tempo.

- CARALHO VOCÊS DOIS!! DÁ PRA PARAR?!!

Eles pararam... De susto.

- Karyu, desista... – Zero dizia mais calmamente – Ou pelo menos dê um tempo e liga daqui uns cinco minutos... E Hizumi... – voltou-se agora para o menor a sua frente – Do quê vai adiantar você ficar que nem um idiota andando de um lado para o outro? Não me diga que é uma espécie de dança indígena que fará com que a nossa querida assistente surja das profundezas-do-sei-lá-o-quê, resolvendo todo o nosso problema? Porque, a menos que seja exatamente isso, eu não estarei disposto a suportar esse seu zigue-zague irritante.

O baixista concluiu com um suspiro pesado. E os dois músicos ficaram em silêncio. Sabiam que quando Zero tinha essas crises, era melhor apenas concordar com tudo o que ele dizia. Mas essa também era a forma dele demonstrar que estava nervoso e preocupado.

- Já tá dando chilique, seu gay? – dizia Tsukasa aparecendo com as bebidas em mãos.

O baterista recebeu um breve olhar raivoso de Zero, mas respondeu a este com um de seus belos sorrisos, e entregou-lhe uma das quatro latinhas geladas que segurava:

- Uva verde... É bem refrescante ;)

- Valeu... – o baixista agradeceu, aceitando a bebida.

Todos estavam agora com latinhas de sucos em mãos, sob um silêncio não pouco perturbador. Hizumi sentara-se ao chão, encostando em uma das paredes, e Tsukasa optou por uma poltrona próxima ao vocalista.

Karyu colocou a lata sobre a mesinha de cabeceira, retirou de um dos bolsos um maço de cigarros (Marlboro), pegou uma das unidades e agora começava a procurar pelo seu isqueiro. Mas não o encontrara até escutar o barulho do mesmo sendo aceso pelas mãos do baixista, que também decidiu por fumar. Karyu encarou Zero com um sorriso indignado, mas não surpreso, e esperou que este acendesse o cigarro, que segurava com os lábios. O baixista terminou, fechou o isqueiro prateado, e tragava lentamente conforme lançava um sorriso safado para o amigo.

- Situação invertida... – ele disse mantendo o sorriso enquanto entregava o isqueiro para Karyu.

- Acho que é um pouco diferente... – o guitarrista respondia levando o cigarro até a boca, e depois continuando com uma voz abafada, enquanto o acendia – ...Quando houve um pequeno furto do meu isqueiro, não acha? – terminou ao dar uma tragada, em seguida sorrindo de forma divertida.

Ambos notaram outro barulho, de outro isqueiro. Agora era Tsukasa que acendia seu cigarro.

- Por que você não aprende com ele? – perguntou Karyu para Zero. E todos riram.

Pronto. Todos fumavam, exceto Hizumi, que não fuma. O vocalista apenas abanava discretamente uma fumaça ou outra que eventualmente adentrava em suas narinas.

Poucos instantes depois, um celular tocou. Tsukasa procura, Zero também, e Hizumi assim como eles...

- É o meu! – disse Karyu com o aparelho em mãos, pronto para atender – Moshi-moshi?









Nota:
Hizumi realmente é o único entre os quatro que não fuma... u.ú
Melhor neh? Já que é o vocalista...

(E a voz dele é perfeita S2)

;**



PRÓXIMO CAPÍTULO >>>


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Shadow Lullabie's - Chapter 07




Finalmente, após duas horas, onde Linh e Tsukasa optaram por não comer nada, todos se dirigiram até o tão misterioso local, para enfim conhecer o tal sujeito que poderia lhes ajudar, ou não.

Cada um dos músicos tinha o seu próprio veículo, mas acharam melhor usarem apenas dois. Zero conduziu o seu, partindo primeiro, afinal, era ele quem conhecia o caminho. Ao seu lado estava Hizumi, e Linh ficou no banco de trás. Logo atrás deles, vinham Tsukasa e Karyu, no carro do baterista. Tsukasa dirigia com atenção, pois seguiria Zero, e teria que tomar muito cuidado para não perdê-lo, pois o baixista tinha o costume de correr, ultrapassar, enfim... Ele não era o dos mais pacientes no trânsito.

- Tenho que dizer que eu não acredito muito que dê certo... – dizia Tsukasa a Karyu, que estava bem ao seu lado, distraindo-se com as paisagens que passavam rápidas pela janela do carro.

- Também não sei o que pensar... – o guitarrista respondia com calma – Mas é justamente por isso que estou aqui. Vamos apenas ver o que acontece. Eu também não acredito muito, mas ficaria muito contente se desse certo...

- Entendo... A nossa assistente também ficará contente. Ela se sente muito culpada por tudo... Tomara que dê certo, então vocês poderão se aproximar como pessoas normais. Linh-san é encantadora, e muito bonita...

Karyu olhou para o amigo de forma curiosa, então não se conteu.

- Já está se apaixonando? – ele perguntou com um sorriso malicioso no rosto.

Tsukasa sorriu em resposta e após alguns instantes, respondeu:

- Não... Sabe que eu não tenho esse costume de me envolver facilmente. Mas posso reforçar que ela é do tipo... "Apaixonante"... Melhor vocês tomarem cuidado. – ele concluiu com uma leve risada e Karyu o acompanhou.


O baterista acabou mudando sua expressão, assim que percebeu um estranho movimento de Zero, logo à frente. O baixista parecia estacionar o carro em frente a um Mc Donald's. Tsukasa logo estranhou, e rapidamente discou alguns números em seu aparelho:

- O que você está fazendo? É aqui? – ele dizia ao celular.

- Estacione na vaga atrás, depois eu explico. – respondeu Zero.

Desligando o celular, o músico resolveu seguir as instruções do amigo, e estacionou em uma vaga que tinha logo atrás do Audi prata do baixista.

- Não me diga que o Hizumi quer um Big Mac? – debochou Karyu, caindo na risada. Tsukasa riu junto, e ambos sairam do carro.

Zero, Hizumi e Linh já estavam a espera dos dois. Zero estava um pouco afastado e distraído. Linh e Hizumi conversavam com expressões preocupadas.

- O que houve? – perguntou Tsukasa se aproximando, Karyu estava ao seu lado.

Enquanto Hizumi assimilava a pergunta, os olhos de Linh se cruzaram instintivamente com os olhos aflitos do guitarrista. Era a primeira vez que eles se viam depois do ocorrido.

Medo. Perturbava os dois, porém, estranhamente, mais a ele. O momento durou pouco, e Linh finalmente desviou o olhar. Feito isso, talvez pelo mesmo instinto de antes, a assistente foi ao encontro de Zero que continuava a perambular distraído pela calçada.

- Ele esqueceu. – respondia Hizumi, despertando o líder guitarrista de seus devaneios. Ele rapidamente voltou o olhar para os dois morenos que conversavam.

- Esqueceu o quê?! – perguntava Tsukasa temendo a resposta.

- O caminho, ele não lembra.

- O quê?! Como não lembra? – o baterista se surpreendia.

- Sei lá... Você não viu que ele, de repente, começou a reduzir a velocidade? Foi ai que nós notamos algo de estranho, perguntamos, e ele respondeu "Eu acho que não lembro direito como seguir a partir daqui".

Tsukasa suspirou pesado e desviou o olhar.

- Ele não pode ligar pro cara? – perguntou Karyu.

- Ele não sabe o ENDEREÇO? Porque só isso já ajudaria muito. Nós temos GPS... – e Tsukasa inconformado.

- É... Nós fizemos essas mesmas perguntas e ele disse que não tem o endereço, o nome da rua e tal... Mas sabia o caminho que dava até lá. Mas como faz um tempo que ele não visita esse cara, ele acabou se esquecendo. E quanto a ligar... Parece que o tiozinho não tem celular. E o telefone residencial só cai na caixa postal.

Hizumi deu uma resposta completa, mas a expressão dos dois músicos que a escutaram atentamente era de um total e imenso desanimo.

- Aí fode, né?! – dizia o baterista - Vamos voltar então...

- Bom... Ele disse que precisa só de um tempo para se lembrar. – disse Hizumi, e todos direcionaram seus olhos para Zero, este conversava com Linh.

- Ele sempre acha que pode tudo... Estará tudo bem se ele apenas assumir que não consegue se lembrar... – o baterista disse, parecendo impaciente.

O silêncio marcou presença por alguns instantes até Karyu quebrá-lo:

- Vamos esperar pelo menos um pouco, Tsukasa... – respondia o guitarrista com tranqulidade – Bom, eu não me importo.

- Eu também não – concordava Hizumi.

Silêncio de cinco segundos, e a expressão desistente do baterista:

- Okey, okey... You Rock! Vamos esperar aquela puta resolver isso então... ¬¬

- Eu ouvi o "puta" tá?! – gritava Zero um tanto distante – Espere só eu me lembrar!! Prometo te comer inteirinho!!

- Mal posso esperar!! Já estou todo excitado!! – respondeu Tsukasa no mesmo tom que o baixista. E todos riram.

- Calem a boca vocês!! Estamos em público! – a assistente se posicionava para repreendê-los – Tem crianças por aqui... Ò_ó

- Tá, tá... Ela tá certa – dizia Zero, depois se virando para Linh com um olhar insinuante - Foi mal... "Cara assistente"...

- Nem venha com esse olhar de Pacman pra cima de mim, viu? Não vou deixar você me comer... u.ú

- Ah... Nem um pouquinho? *¬*

- Não – respondeu Linh com um sorriso irônico, enquanto afastava a mão direita do baixista cujos dedos já deslizavam por uma das mechas de seu cabelo, que estava elegantemente preso, mas com algumas pontas escorrendo despojadamente pelos seus ombros.

Alguém os observava de longe. Um rosto já de idade, olhos meticulosos, pele parda, sorriso divertido.

Zero se perdeu nos olhos da assistente, naquele mel silvestre, âmbar intenso, jamais visto por ele, a não ser em lentes de contato. Mas ainda assim, não era tão belo quanto aquele tom, e aquele brilho natural e perfeito, ou aquela intensidade que permitiria a qualquer um mergulhar em uma profundeza infinita, e por fim perder-se. Os olhos dela eram de uma beleza absurda, e seu olhar, de um encanto inevitável. Nada deixava a desejar naquela garota. Olhos perfeitos, rosto perfeito, pele perfeita, cabelos perfeitos, (mesmo que ainda não o tivessem visto completamente soltos), voz perfeita, sorriso perfeito, corpo...

O baixista quase teve delírios ao pensar nisso, pois os pensamentos mais sórdidos lhe vieram à mente enquanto os seus olhos passavam por todo o corpo da garota. Seios fartos, cintura bem definida, quadris, coxas... Tudo oculto por uma roupa discreta e um tanto social... Qual seria a oitava maravilha escondida por debaixo daqueles panos?

- Zero-san? Terra chamando! Alô... ZERO-SAN!? – Linh precisou falar mais alto do que de costume, para finalmente conseguir a atenção do baixista – O que há com você? Acaso se lembrou do caminho?

- Ah... N-Não... – ele respondia com um sorriso malicioso – Estava quase me lembrando, você me interrompeu.

- Ah, tá bom então... Desculpa... u.ú

- No problem girl ;)

O indivíduo de antes continuava a observá-los, vemos apenas o seu campo visual como uma segunda câmera, em algum lugar não muito distante. A assistente sentiu um calafrio, e aquela leve impressão de estar sendo espionada. Rapidamente, circulou os arredores com olhos atentos e intrigados, mas, sem que nada encontrasse, resolveu desencanar.

Linh se voltou para os outros três músicos que, próximos aos carros, conversavam tranquilamente. Os olhos da garota pareceram ligeiramente condolentes. Ela se sentia mais aliviada estando um tanto afastada, mas, ao mesmo tempo, a consciência lhe pesava. Por que não era possível fazer algo tão simples? Só se aproximar, conversar, rir, apenas agir normalmente, como ela faz com qualquer pessoa. O que haveria de tão especial que a impedia de se aproximar do guitarrista? Como isso poderia ser explicado? Por quê?

Interrompendo seus pensamentos, a garota sentiu sua garganta seca, e uma grande sede lhe invadia. Olhou para o Mc Donald's, logo atrás dela, e então pensou em comprar alguma água ou suco.

- Vou entrar e pegar algo para beber, estou com sede... Quer alguma coisa? – ela perguntava ao baixista.

- Espere... – ele respondia em seguida olhando para os outros três – Hzumi?!!!

Zero chamou a atenção do vocalista, que logo o encarou com um olhar curioso.

- Entre com Linh no Mac! Ela está com sede! – ele explicou.

- Ei... Zero-san... Eu posso ir sozinha. ^^

- Não, não pode. Você é uma garota acompanhada de quatro marmanjos, deixe que ao menos um deles lhe acompanhe.

Linh sorriu e Zero lhe lançou uma leve piscadela. Hizumi se aproximou e finalmente ela pôde entrar, porém na companhia do animado vocalista. Pediram duas águas, uma para Zero, e outra para Tsukasa. Karyu pediu coca, Hizumi optou por um milk-shake de chocolate e Linh por um suco de laranja. Hizumi pagou, eles esperaram um tempinho até as bebidas chegarem, e só então sairam.

Todos estavam se esquecendo de um importante detalhe. Até aquele momento, estava tudo bem, mas não demorou muito até alguém estragar tudo.

- D... D'ESPAIRSRAY?!! – uma fã gritou histérica na rua, assim que percebeu quem eram aqueles jovens distraídos na calçada. Todos tiveram a mesma expressão: Fudeu.

- Kyaaaaaaaaaaaaaa!!! – e mais gritos histéricos. Agora as fãs brotavam do nada, como se fossem baratas. E rapidamente, todos foram cercados por uma grande multidão.

Linh afastou-se naturalmente, pois foi ao poucos sendo arrastada, como em uma estação de metrô no horário de pico. Seus olhos perderam-se por entre a confusão e a assistente não soube o que fazer. Os quatro começaram a distribuir autógrafos e sorrisos, ao menos eles eram educados e atenciosos com os fãs.

A assistente começou a se preocupar, afinal era possível que nunca mais a banda saísse de lá, os fãs não deixariam, principalmente AS fãs. Mas não conseguiu pensar muito em uma solução. Não teve tempo. Em um rápido impulso, Linh sentiu seu braço ser puxado por uma mão que firmemente o segurava, arrastando a garota para fora daquela multidão. Pior do que isso, a pessoa continuou a arrastá-la para mais distante ainda... O susto que a assistente levou acabou por fazê-la demorar a se dar conta da situação, e muito menos reparar em quem lhe puxava com tanto afinco. Para onde a levava? Quem era aquela pessoa? O que estava acontecendo. Quando se deu por conta, os quatro músicos e aquele amontoado de fãs já haviam sumido do alcance de seus olhos.

- EEEEEIIIIIII!!!! Dá pra parar?!!! Quem diabos é você?!!







Nota Especial: Dizem as lendas(?), que dos 4 D'espairs, Zero é o mais promíscuo u.ú
Hheheheheheh...

Amo muito tudo isso.
*----*

See ya in the next chapter!!
Bye bye!
;**



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Shadow Lullabie's - Chapter 06

________________________________________

Ao menos uma possível solução eles já haviam encontrado. Ninguém sabia ao certo o que um médium amigo de Zero poderia fazer para ajudá-los, mas não custava nada ver pelo menos o que o homem teria para lhes dizer.

Enquanto Zero e Hizumi falavam com Karyu, que também parecia não colocar muita fé na tal idéia de seus companheiros, Linh se encontrava na cozinha, junto com Tsukasa. Ambos estavam em frente a um elegante balcão cuja superfície estava ocupada com algumas travessas cheias dos mais diversos doces, todos coloridos, com belas formas, e bem decorados. Também havia jarras com sucos e água, e alguns copos.

- Onde conseguiu tantos doces? – perguntava Linh enquanto comia um deles. Tsukasa comia outro.

- Mandaram pra cá. Parece que eles vão fazer um evento no estúdio daqui a uma semana e ninguém estava com tempo para ficar provando o buffet. Então eles dividiram e mandaram para as bandas que estão aqui. São só três atualmente, mas como já temos fama de esfomeados ou coisa do tipo, então sobrou pra gente... E nós ficamos com os doces.

- Então o cargo de provar o buffet ficou dividido entre três bandas, e nós ficamos com as sobremesas?

- Yap.

- Que demais!! – Linh comia outro pedaço de uma espécie de torta – E as outras bandas...

- Os pratos principais o pessoal do Luna Sea tá provando – Linh engasgou, e Tsukasa riu, mas continuou – E os salgadinhos e aperitivos estão por conta da equipe da Mucc. Sobre as bebidas eu não sei.

Linh quase engasgou uma segunda vez, o que a obrigou a beber um pouco de água.

- Você está bem? – perguntava Tsukasa voltando a rir da reação da garota.

- E... Estou. Claro, sem problemas...

Linh bebeu outro gole de água e depois colocou o copo sobre o balcão, começando a dizer com uma voz tremida:

- E... Então... Luna Sea e... Mucc... Estão nos outros apartamentos... Ne... Nesse mesmo andar?

- Hai! – Tsukasa respondia como se não fosse nada demais, propositalmente, e se divertia com as expressões da assistente.

- Ah, nossa... – Linh ficava sem graça.

O baterista deu uma leve risada e resolveu acabar com a tortura da garota.

- Você poderá conhecê-los no evento.

- Sério? *----*

- Com toda certeza.

Linh deu um grande sorriso, mas sua vontade era gritar de felicidade. Ela ainda não havia se dado conta de que, a partir do momento que aceitou o cargo de assistente direta de uma banda tão famosa quanto D'espairsRay, ela estaria a cada dia convivendo com pessoas de ramos importantes. A "hight society" da mídia. Seria absolutamente normal que encontrasse com outras bandas famosas, e inclusive trabalhasse lado a lado com elas.

- Toma, vê o que você acha desse – dizia Tsukasa lhe entregando outro doce – Esse é de nozes.

Linh provou o doce lentamente, e algo não parecia lhe agradar.

- Achou ruim? – perguntou o baterista curioso.

- Eto... Tem algo estranho... É o creme. Não combina com a massa e nem com as nozes. Eles deveriam trocar por creme alemão. Acredito que ficaria melhor.

- Nossa... O_O Estou impressionado! Você entende de doces?

- Bom, eu meio que... Me viro bem na cozinha. E sei fazer muitos doces também. Fui aprendendo por tentativa e erro. Muitos anos de esforço! – a assistente respondeu sorrindo.

- Então... Você é uma garota cheia de segredos? – Tsukasa disse com um olhar insinuante.

- Eu diria que... – respondia Linh, com o mesmo olhar – Apenas alguns... ^-~


Os dois riram e voltaram a experimentar os doces.

- Esse aqui é bom... – dizia o baterista em seguida entregando o doce para sua assistente – Veja.

- Tsukasa-san, desse jeito eu vou virar uma baleia! – ela respondia entre risos, depois olhando para o doce – Ops... É do quê esse doce?

- Acho que é um misto com creme de menta... Eu achei divino! Prove!

- Ah, bom eu...

- O que houve? É alérgica a menta?

- Sinto inveja de você por poder comer... Eu não sei dizer se é bem uma alergia. Mas desde pequena minha mãe fazia de tudo para que eu não chegasse nem perto de qualquer coisa composta de menta. E vivia me dizendo para nunca comer menta. Ela me disse que era alergia, mas fiz um teste uma vez e não deu nada a respeito de menta. Agora não sei ao certo o porquê de todo aquele medo da minha mãe... E hoje acabei ficando com esse receio. E o mais estranho é que eu não me lembro de já ter provado algo de menta. Nem tenho idéia do sabor.

- Nossa... – Tsukasa dizia com um olhar curioso – Por que será que você não pode comer menta? Que mistério!

- É né? Será que eu deveria arriscar?

- Bom, não sei... Isso é você quem decide. Mas vai que aconteça algo grave?

- De fato... Hhauahuaha!! Bom, vamos provar os outros!

- Sim, sim... Depois temos que falar com a produção sobre o doce de nozes. Vamos falar para eles pedirem à equipe do buffet que troquem o creme atual por creme alemão. Vamos confiar nos seus dotes e experiência ;)

- Okey! xD

.......................................................................

- E o que você acha que ele vai dizer? "A garota precisa de um exorcismo"? – perguntava Karyu com ar de deboche.

Estavam os três músicos no quarto do guitarrista.

- Vamos até lá... Aí a gente vê. – respondia o baixista andando de um lado para outro – Confie em mim, ele é melhor do que qualquer psicólogo!

- Não, tudo bem. Vamos ver o que ele diz né? – Karyu concordou depois de um suspiro pesado.

- Aeee rapaz!! – comemoravam Zero e Hizumi.

O guitarrista estava sentado nos pés da cama enquanto o vocalista ia em direção a televisão e ao videogame* [n.a.:PlayStation 2, em 2004 foi lançada a versão slim]

- Quais jogos estão com você? – perguntava Hizumi mexendo nos cds.

- Sei lá, você que joga mais... Vê ae! – respondeu Karyu.

Zero se sentava na parte lateral da cama, próximo a mesa de cabeceira. Ele retirou do bolso da jaqueta um maço de cigarros, abriu a caixa e tirou uma das poucas unidades que ainda restavam. O baixista segurava o cigarro entre os dedos de uma das mãos, enquanto que a outra mão procurava por algo, passando pelos bolsos da jaqueta e da calça. Ele não encontrou.

- Pegue o meu. – dizia Karyu lhe entregando um isqueiro retangular e prateado – Mas não o roube...

Os dois riram, e Zero finalmente conseguiu acender o cigarro.

- Viu... – dizia ele dando a primeira tragada – Vamos daqui umas duas horas. A gente come alguma coisa e vai. Já que hoje não temos nada pra fazer mesmo...

- Tudo bem... – respondia o guitarrista com um olhar distante – E... Ela está mesmo melhor?

- Sim, sim. Já dissemos isso a você umas cinco vezes! – o baixista respondeu com um sorriso malicioso – Ah... Mas o médico disse que é provável que mais tarde, hoje ou amanhã, ela tenha uma espécie de recaída. Ae teremos que levá-la ao hospital imediatamente, porque o estado dela poderá ser muito grave. A gente pode temer o pior...

O semblante do guitarrista era assustador. Ele estava perplexamente surpreendido e preocupado. Mas essa preocupação esvaiu-se quando Zero o olhou e não resistiu: caiu em uma risada descontrolada, revelando que o que dissera não passara de um blefe discarado e maudoso.
- Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!

- Seu filho da puta... – retrucava Karyu em um misto de raiva com alívio.

E ambos continuaram a rir. Já Hizumi, estava completamente focado na tela. E com um controle em mãos, jogava algum jogo qualquer, desligando-se totalmente do resto do mundo. Dessa forma, o barulho no quarto era uma mistura de risadas, com sons eletrônicos e algumas falas por entre os risos. E no andar de baixo, Linh e Tsukasa continuavam a provar doces. Provavelmente, mais tardar acabariam passando mal...





Curiosidade: Hizumi é de fato viciado em jogos e computadores.... u.ú (otaku).





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Shadow Lullabie's - Chapter 05



- Então... Você simplesmente tem tanto medo dele que quase morreu? – perguntava Srta. Swans enquanto as duas moças conversavam em seu escritório.

- Eu não sei explicar... Isso nunca me aconteceu antes. Mas simplesmente, quando eu chego perto dele, todo o meu corpo fica trêmulo e eu tenho um medo e uma repulsa enormes. A minha respiração fica mais pesada e me vem uma impressão muito esquisita, algo que eu nem sei descrever...

- Nossa... Mas é absurdamente estranho e inesperado. Você nunca o viu antes? Não se lembra dele ter feito algo a você? Embora eu duvide, porque Karyu-san é uma pessoa honesta e altruísta... Ele não machucaria ninguém a menos que fosse para defender um amigo.

- Eu sei... Eu queria poder me aproximar, mas... Eu não consigo. Outro dia eu consegui falar com ele, mas foi só uma vez.

- Então algum passo a frente você já deu.

- É, mas ontem eu desmaiei só por causa de um abraço. E, pelo que me disseram, eu fiquei em um péssimo estado.

- Sim, eu soube.

O silêncio pairou no ar por alguns instantes, enquanto a diretora anotava algo. Após certo tempo, ela se pôs a dizer:

- Ele deve estar arrasado...

- Hã?

- Pelo pouco que sei a respeito de Karyu-san, ele deve estar se sentindo péssimo com tudo isso.

- Eu... Realmente me sinto culpada. Não quero que ele se sinta mal por minha causa.

- Então, como vamos resolver isso?

- Eu queria achar um meio de me livrar desse medo, mas não sei se vou conseguir. Por tanto vou entender se vocês quiserem que eu me afaste.

- Não seremos tão radicais a esse ponto. Vamos fazer assim: você espera mais alguns dias com os quais irá tentar perder o medo de Karyu-san, e resolver a situação. Se nada do que fizer der certo, venha falar comigo mais uma vez, e então chegaremos à uma decisão. Mas peça a ajuda deles, dos outros três, eles certamente irão te ajudar. Pode ser?

A garota ficou por alguns segundos sem reação, estava impressionada. Olhou para o rosto da moça sentada a sua frente, que sorria, e após breves segundos de reflexão, respondeu-a com outro sorriso.

- Obrigada – ela agradeceu.


Linh voltou para o apartamento, estava tudo calmo e silencioso. Ela caminhava com lentos passos em direção as escadas, mas antes que tocasse o primeiro degrau, foi subitamente surpreendida por dois músicos:

- LINH-SAAAAN!!!!! – eles correram em sua direção, agarraram-lhe pelos braços e a levaram até o sofá.

Zero e Hizumi, ela pôde notar quando já se acalmava e se recuperava do susto. Foi tudo muito rápido. Agora, sentada no sofá da sala principal, ela encara os dois músicos que estavam de pé a sua frente. No instante seguido, também percebe que Tsukasa estava sentado numa poltrona mais adiante.

- Vocês estão loucos?!! Querem me matar do coração?! – ela dizia com um olhar reprovador.

- Loucos eles estão mesmo... – dizia Tsukasa lá da poltrona com uma expressão de "não dê ouvidos a eles".

- Fica quieta sua bicha! Deixa que a gente resolve a situação! – respondeu Zero ao baterista, que agora mudou para a expressão "eu não falo mais nada".

Linh já estava desde o início confusa, e seu olhar estava perdido, esperando que alguém lhe dissesse algo esclarecedor.

- Alguém pode me dizer o que está acontecendo?! – ela perguntou.

- Não pergunte isso! Tampe logo os seus ouvidos... – dizia Tsukasa de modo pacífico.

Zero e Hizumi sentaram-se um de cada lado da assistente, enquanto Hizumi jogava uma almofada em Tsukasa, que a segurou antes que aquela o atingisse.

- Então, querida assistente... Todos nós sabemos... Que você tem medo do Karyu... – a forma como Hizumi começava a falar era bem mancinha.

- É... Isso não é nenhuma novidade né? – completava Zero.

- Hum... E daí?

- E daí QUE... Nós temos uma idéia brilhante que resolverá todos os seus problemas!! – concluiu Hizumi.

- Sério? O quê?! *O*

- Vocês dois serão levados para um Centro Espírita! – Zero respondeu animadamente.

A expressão da assistente foi absurdamente chocante. What the Fuck??! E ela riu.

- Hahuahauhauah... Vocês tão falando sério? – ela perguntou e os músicos mantinham uma seriedade no olhar.

- Eu disse pra não escutar... u.ú – dizia Tsukasa agora lendo uma revista.

- É bem assim: eu tenho um amigo que trabalha em um Centro Espírita! É ele que você vai conhecer, e é ele que resolverá esse problema pra nós.

- Zero-san tem um amigo que trabalha em um Centro Espírita? Ò_ó

- Xii... Na verdade ele tem cada amigo louco... – respondia Hizumi à assistente.

- Ele é um médium! Muito gente boa, estudado, inteligente, bem humorado, enfim... Ele é foda!

- Mas vocês acham que ele pode me ajudar?

- Eu tenho certeza! – respondeu Zero.

- Eu acho uma boa idéia tentar! – e Hizumi.

Linh olhou para Tsukasa que lhe respondeu:

- Você já sabe o que eu acho. u.ú

Hizumi e Zero se levantaram com ar de vitória e, respectivamente, disseram:

- Dois contra um...

- Nós vencemos!! xP

Enquanto ambos se animavam, Linh ainda se mantinha confusa. Bom, não custava nada tentar, não é mesmo?

- Agora nós vamos falar ao Karyu sobre a nossa idéia brilhante! – disse Hizumi seguindo até as escadas, Zero foi logo atrás.

Linh acabou ficando sozinha na sala, junto com Tsukasa, que continuava folheando sua revista sobre as últimas novidades sobre o Visual Kei. O silêncio predominou, enquanto ela o encarava com certo desespero no olhar. Depois de mais alguns instantes, Tsukasa fechou a revista, levantou-se de sua poltrona, e foi se sentar ao lado de Linh no sofá.

- Apesar de eu achar absurdo... – ele começava a dizer - Creio que não custa nada tentar, certo? – concluiu com um sorriso nos lábios.

A garota retribuiu ao sorriso, dizendo logo em seguida:

- Certo!

Ambos ficaram sorrindo por algum tempo, até o baterista lhe lançar um olhar sério e intrigante.

- Ei... – ele começava a dizer enquanto Linh esperava com olhos curiosos – Você... Gosta de doces?!

A garota riu, afinal esperava por algo mais sério. O músico sorria e ela também, antes de lhe responder:

- E qual é a garota que não AMA doces?!

- Então vem comigo!! – ele disse se levantando.

Tsukasa agarrou nas mãos da assistente, para depois lhe arrastar para algum lugar. E, mantendo o sorriso, ela o seguiu.









Comentem please!!!!!!! S2

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